A última coisa de que me lembro é de cair no escuro interminável. Não sei onde estou agora, vejo uma multidão de pessoas, paradas, a olhar para mim, e arrepio-me. Tento fugir, mas todas aquelas pessoas me seguem como meras sombras.
Paro e sento-me, e toda aquela multidão faz o mesmo que eu. Parar e observar, foi o que decidi fazer; observar é sempre bom porque ajuda a ponderar o modo de agir.
Apercebi-me então, que os estranhos vultos eram iguais a mim. A expressão dos meus clones era monótona, o medo e o desconforto predominavam nos seus rostos. Estaria eu assim? Se estava! Tremia tanto que nem sentia os dedos.
Subitamente, soltei uma gargalhada, e todos os “eu” se riram comigo. Como seria aquilo possível? Fez-se luz, eu estava numa sala de espelhos. É fantástico o facto de saber que um espelho revela as minhas emoções.
Deixei de pensar no assunto quando vi um espelho brilhante. Observei-me e não me achei bonito, porém fiquei ainda pois quando olhei para a esquerda. Estavam lá dois espelhos curvos, longe dos outros, que reproduziram imagens anormais do meu corpo: mãos grandes, braços pequenos, enfim… fiquei triste ao ver aquelas imagens.
Descobri então que um espelho também nos causa emoções.
Ao lado dos espelhos irregulares, estava uma pequena porta espelhada, abri-a. Senti-me mais quente e menos tenso… soube-me tão bem o bater da luz do Sol! Tinha saído daquele Mundo de Espelhos e voltara à realidade.
Miguel Lucas 10ºA
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