O AMOR MOVE MONTANHAS
Nasceu, finalmente. A criança pela qual tanto aguardavam finalmente veio ao mundo. Sentimentos de alegria e êxtase percorrem o nosso ser. A forma como o simples nascimento de um bebé leva a tão imponente sentimento é admirável. Leva-nos a amar de um jeito que julgávamos só existente em contos de fada. Estamos a falar de um ser tão pequeno que nos apela por uma imensidão de ternura, que de modo inconsciente nos leva a amar incondicionalmente e que no fundo exige ser amado.
A partir do primeiro instante, qualquer gesto, acto ou sentimento são algo que condicionará a vida e o ser que esse recém-nascido será no futuro. O vínculo que uma mãe estabelece logo à nascença com esse pequeno ser será um dos laços mais importantes do futuro. A vinculação entre a mãe e o filho.
Em traços gerais quando falamos em vinculação referimo-nos à tendência dos bebés em permanecerem nos primeiros tempos de vida junto da mãe ou, em casos menos usuais, de um adulto significativo. Os laços que estabelece com os adultos com que convive, nos seus primeiros tempos de vida, caracterizam-se, para além da busca de alimento, pela busca de carinho e afecto, sentimentos essenciais para o seu crescimento emocional e social correcto. Uma criança que receba amor e carinho será uma criança mais autónoma que se irá relacionar mais facilmente com as outras e que irá ser feliz. Uma criança com um défice na vinculação irá, mais tarde, sofrer graves consequências que, em casos de maior gravidade, poderão ir da busca incessante por um gesto de carinho à morte precoce, passando pela dificuldade no relacionamento interpessoal, pelo atraso no crescimento físico e por taxas de doenças elevadas em relação ao normal devido à ausência do sentimento que necessitavam. Tais crianças irão sofrer de hospitalismo, um síndrome ocorrido em crianças que sentiram a ausência da mãe ou de um bom substituto materno.
Tudo isto para referir que o nascimento de um bebé, de um novo elemento da família, é algo maravilhoso que nos faz redescobrir o sentimento de amar, mas que ao mesmo tempo é uma enorme responsabilidade pois os nossos erros irão afectar esse ser que tanto amamos. Mimos e carinhos são necessárias para a vida social e emocional ser melhor, mas nunca demais para não o tornar demasiado mimado. Enfim, que seja amado e educado pelo amor que nutrem por ele, pois o amor move montanhas, é dizer, faz de crianças adultos fortes e felizes.
Reflexão no âmbito da disciplina de Psicologia B – 12.º B
Rúben Neves, n.º 16
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