No dia 14 de Junho de 2012, a turma C do 10º ano realizou uma visita de estudo à baixinha de Coimbra, acompanhados pela Diretora de Turma – professora Mª João Costa – e pela professora de Inglês, Camila Cosme.
A visita, intitulada “Coimbra, o arrabalde medieval”, foi guiada pela Dr.ª Paula Moura Relvas e iniciou-se no Museu da Cidade, também conhecido vulgarmente por Edifício Chiado, nome este que deriva do estabelecimento comercial que aí existiu (armazéns do Chiado), como explicou a Dr.ª Paula Relvas. É um dos raros edifícios da cidade que constitui um interessante exemplar da arquitectura do ferro, inaugurado em 1910, albergando a Colecção de Arte doada à cidade pelo casal Telo de Morais. Não fomos visitar o Museu, pois o objetivo da visita era percorrer o arrabalde, no entanto ainda conseguimos visitar a exposição temporária “Joaquim Lopes (1886-1956) – Coleções do Museu de Grão Vasco”.
Depois, seguimos em direção ao
Largo da Portagem, onde, virados para o Mondego, a Drª Paula fez uma breve resenha histórica das origens da cidade. Ficámos a saber, entre muitas outras coisas, que o nome “Largo da Portagem” deriva do facto de ter sido aqui que terminava a ponte e onde se cobravam os direitos de entrada ou passagem pela cidade.
Descemos até à
Rua de Sargento-Mor, onde apreciámos uma
casa quinhentista e seguimos para a
Praça Velha ou Praça do Comércio: centro do arrabalde, com habitações de janelas emolduradas e com estabelecimentos nos andares térreos. Entrámos em dois: no estabelecimento Jorge Mendes, onde vimos um antigo arco de volta perfeita “incrustado” numa parede e, num restaurante mais à frente, vimos umas escadinhas de pedra em espiral.
Era nesta praça que se situavam os açougues e também duas belas
Igrejas – a de
S. Bartolomeu (que visitámos) e a de
S. Tiago. Era também aqui que se representavam peças de teatro, se faziam autos de fé, etc. Entrámos ainda num belo edifício onde se situou o
Hospital Real fundado por D.Manuel I (hoje estabelecimento comercial Marthas). Vimos o pátio original, com as colunatas manuelinas, mas foi um triste espetáculo para os nossos olhos ver estes belíssimos arcos “engalanados” com vestuário e outros artefactos comerciais!
A nossa visita prosseguiu, com as esclarecedoras explicações da Drª Paula Relvas, pelo
Largo do Almoxarife, onde apreciámos o painel de azulejo de Nª Srª do Carmo; vimos o arco manuelino do Centro de Noite na
Travessa da Rua Velha; apreciámos uma casa de 1898, com uma varanda muito bonita, na
Rua Eduardo Coelho (antiga Rua dos Sapateiros); no
Largo da Freiria, pudemos apreciar as fachadas dos edifícios setecentistas e a
Padaria Popular – aqui fomos fotografados e a foto já foi publicada no
blog “Questões Nacionais” – o grupo agradece a amabilidade e simpatia do autor!
Mais uma foto de grupo no
Largo do Poço - emoldurada por coloridas flores para alegrar este dia cinzento (felizmente não choveu!) - e seguimos para a
Rua do Corvo (antiga Rua Tinja Rodilhas e Rua dos Pintores). Ouvimos as explicações do
Sr. António Abreu, proprietário da Casa Coelho, relativamente à restauração do prédio e ficámos a saber, entre outras coisas, que possui um zimbório de onde se pode apreciar toda a baixa!
A visita guiada terminou com a história do
Mosteiro de Santa Cruz, na
Praça 8 de Maio - conhecida como
Largo de Sansão até 1874 (o topónimo “Sansão” advém da existência de um chafariz com esse nome que continha a estátua de Sansão ao centro, colocada em 1592; em 1874, nas comemorações do aniversário da entrada das forças liberais do Duque da Terceira na cidade de Coimbra em 8 de Maio de 1834, passou a ser apelidado oficialmente de “Praça Oito de Maio” , onde as forças do referido exército desfilaram).
E já era hora de almoçar. Queríamos ir ao Mac Donald’s, na
Praça da República, por isso, seguimos com as nossas professoras pela
Avenida Sá da Bandeira, as quais nos iam sempre a chamar a atenção para os locais importantes da cidade:
- a
Câmara Municipal,
- a
Fonte da Manga ou Claustro da Manga (construção renascentista);
- a
Fonte Nova ou Fonte dos Judeus, um fontenário do século XII, mas mais tarde remodelado, integrando-se actualmente no estilo barroco (acabamento do século XVIII)- Coimbra tinha um
bairro judaico (judiaria) que ficava na encosta, do lado de Santa Cruz e, segundo se julga, também uma
mouraria, para os lados da Rua Direita.
- o
Mercado Municipal D. Pedro V,
- o
Monumento a Camões (que já mudou várias vezes de local e provavelmente este não será o definitivo, caso se concretize o projeto do Metro de superfície...),
- o
Monumento aos Mortos da Grande Guerra,
- A
Associação Académica,
- O
Jardim da Sereia...
E...finalmente... o Mac Donald’s! Que fome!
No fim do almoço, seguimos até à
Universidade, subindo as
Escadas Monumentais, passámos na
Porta Férrea e continuámos a ouvir as nossas professoras: a
Sala dos Capelos, a
Torre da Universidade ou Cabra, a
Capela de S. Miguel com a porta manuelina, o
Museu de Arte Sacra, a
Biblioteca Joanina ou casa da Livraria (patrocinada por D. João V, de estilo barroco), a
Estátua de D. João III, rei que transferiu definitivamente a Universidade para Coimbra,...
Descemos em direção à
Sé Velha, onde fomos inquiridos sobre o
românico...e a grande surpresa foi o
pórtico renascentista! Fica na fachada lateral esquerda e dá pelo nome de
“Porta Especiosa”, uma das mais importantes obras de
João de Ruão.
Pássamos pela
Torre da Relação e Arco de Almedina e, finalmente, a
Porta da Barbacã.
Chegados novamente à Baixa, ainda tivemos tempo para ir fazer umas comprinhas e depois apanhar o “comboio”, como estava sempre a dizer a nossa DT, saudosista do seu tempo de estudante, em que usava o recém desfeito Ramal da Lousã... E lá voltámos, de autocarro, para Miranda do Corvo.
Com esta visita de estudo aprendemos mais sobre a História da cidade de Coimbra e pudemos aprofundar e aplicar alguns dos conhecimentos que estudámos nas aulas.
Foi um dia bem passado!
Turma C, 10º ano
14 de Junho de 2012